*Photo: Andre Baranowski
dos descomedimentos plausíveis
Amar demais. Pressuporia [talvez] amar além da conta, do esperado, além do quanto se costuma ver amar por entre as ruas cinzas, de poucas paixões. acontece baby, que talvez não haja, talvez não exista uma única chegada, um limite, um ‘stop’. talvez amar seja algo tão imenso por si só, que a própria medida básica, mínima e máxima, seja sempre essa: demais. talvez o copo do qual falamos nunca transborde. e, mesmo que isso aconteça e venha o amor invadir outros espaços e cantos e frestas, ainda assim talvez não seja amor o demasiado, mas má escolha da taça com que se quis apará-lo. ou ainda, tivesse ele sido sorvido em goles maiores e quem sabe. Quem é que sabe. Eu é que não.
Talvez sejam apenas desculpas geradas pela embriaguez amorosa, balbuciações de alguém cujos limites sempre tardam. alguém que, de uma maneira malditamente piegas, não sabe amar menos que amor de uma vida inteira em cada segundo. Entornar a taça. Lambuzar orelhas, bocas, medos, dedos, seios, todos os pentelhos dessa vida seca e sóbria demais para ser levada a sério.