Eu
Após assistir ao espetáculo "O Rei dos Urubus".
Passar algumas tardes ociosas de domingo lendo poesia um para o outro, porque eu quero a vida leve, dentro da maior leveza e suavidade que eu puder levar. Adoro ser piegas. Ainda mais quando o que digo é verdade. Nunca tive medo de parecer ridícula. Me chamaram ontem de louca, duas vezes, ah, e de “figura”... Mas eu não sei, é que me sobra a cada manhã um desejo de jantar o mundo, de engoli-lo inteiro com talheres de amor e prata (...). É que me sobeja um carinho, certa fragilidade irremediavelmente enrustida, a força que não ultrapassa o semblante, uma urgência tardia que insiste em me usurpar do comum. Quem sabe um dia eu aprenda a fingir bem. Hoje em dia eu não finjo: engano [me] pensando que engano. Sou péssima atriz; espectadora exigente da minha arte. Mas você não entenderia bem por enquanto, e é por isso que eu dissimulo. Um dia me precipito desse palco meio roto e, despida dos pesos do mundo, enrolada apenas às cortinas de veludo vermelho, vou te contar ao pé d’ouvido, poemas que trago em mim e histórias engraçadas dos meus improvisos, espetáculos comuns acontecidos enquanto eu te esperava na coxia.
4 comentários:
OI Luzzsh! Que bela descrição1
Eu queria às vezes nao ter o poder de ser atriz. Sou o que não sou e ninguém consegue me decifrar.
Vivo assim desde que me entendo por gente.Isto é ruim pq eu sei demais sobre as coisas que estão à minha volta.
E sei.
Bjs, Gisele
www.inventandoagentesai.blogspot.com
Oi Atriz,
E eu, que não sei de nada, só vou no vácuo do meu achismo e um certo instinto que pode no fundo ser só palpite... ;) Bjs.
Sim, eu quero ouvir, eu quero ver! hehe, muito lindo!
beiJardins
quero ver mesmo é onde vai dar o desenrolar disso & das cortinas de veludo vermelho? (rs....) bj.
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