segunda-feira, 28 de abril de 2008



*Photo: Images.com



Humano

Após assistir ao espetáculo 17 X Nelson - O Inferno de Todos Nós.



Minha’lma reflete no espelho
Diferenças iguais entre mim e outros.
Tantos! (...)
Bocas que beijam, rasgam e rogam aos céus:

Deus nos livre das nossas semelhanças.



sábado, 19 de abril de 2008


Foto: Alexandre Guerra



Life


Passei novo perfume na alma.

Espero que sintas pelo caminho.

Não como saudosismo precoce

pelo que poderia ter sido,

mas feito lembrança serena

do quanto as tardes foram boas.

Entendi. Você vai.

Eu fico. Não peço, ou impeço.


Porque alguns perfumes

escolhem escolher a pele pelo toque.


terça-feira, 15 de abril de 2008


*Photo: Images.com


Rotas

Caminha melhor por entre estrelas

Quem mantém cabeça na lua,

E coração leve o suficiente

Para num sopro, elevá-lo ao céu.

(Amar também é um caminho)

segunda-feira, 14 de abril de 2008



*Image: Mike Kemp


Do que diz o meu olhar



Não te analiso. É que ontem estava quente e eu guardei menos o teu perfume. Quem dera ontem fosse agora, e essa chuva haveria de abrandar a temperatura dos corpos. A do coração, não. Tento reter alguns gestos, uns trejeitos, o sabor. É pra tentar minimizar em mim tudo o que não sei sobre nós, porque conhecendo você, me descubro um pouco. Porque ontem eu ouvi sobre o prazer de toda conquista e esse também eu conheço de perto, infelizmente. Não há grande vitória nisso, eu sei. Mas há o vício do ser, o erro de ser. Sei, que o que sobra depois é vazio e ausência pela perda do sonho em comum. E descobri ontem, tua boca na minha me faz pensar em nada (eu que pensei que não conseguia) e nessas horas, não me importa se durará para sempre ou um instante. Mas, seria bom se perpetuasse sem desbotar, sem esmaecer. Não te analiso. É só o labirinto no qual me prendem teus traços. Vontade de te beijar mais do que houvera beijado ao mesmo tempo em que tentava descobrir em mim, em nós, como enganar nossa forma viciada de errar [de pensar amar]; para nos levar além.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

*Image: Lisa Spindler


Des(concerto)


E meu coração pediu calma
(pediu calma sem dar o exemplo)
Eu não sei onde por as mãos
quando faz sol demais em meu peito.
E eu, sempre cheia de palavras
me descubro delas, pousada ausente
porque eu não sei o que dizer
quando não sei onde por as mãos.
É que toda minha desenvoltura
dura frase e meia e um suspiro
e depois eu me perco no ritmo
e então eu não sei respirar
sem revolver todo ar à minha volta.
E se de norte a sul eu pulso mais forte
o pulsar não me move, nem me demove
Antes me paralisa na suspensão inerte
e eu pairo no dia como folha de outono.
É o desconcerto que seus lábios trazem
que me eleva desse chão sujo
E eu ainda não sei onde por as mãos
o que dizer ou como ritmar meu peito
mas sei exatamente da calmaria
contida no teu beijo leve, doce,
quase trêmulo, seguro, entregue,
me contando tudo que eu preciso saber.