*Photo: Tuta
Medicina alternativa
Da janela me espreitam
esses fantasmas famintos
Essa dor aguda no peito
pode ser ausência afiada
pode ser mal de Chagas
hipocondrice à meia-noite
crise de solidão mal curada.
Sei que dói,
dor sem nome
sem saber direito onde
sem prever ao certo quanto
sem fazer alarde, sem vestigiar.
Mas existe e excede. Presente como ar,
elefante branco no meio da sala.
Fecho a janela.
Ainda dói.
Amanhã, com coração descansado
(de alguma forma
que ainda não sei como,
refeito e desdoído)
esperarei que nasçam em meu quintal
girassóis alucinógenos medicinais
contra essa dor de não-sei-porquê.
9 comentários:
a dor é ser, minha linda... a dor é ser, e isso basta...
agora mesmo, doeu saudades nalgum lugar de meu peito...
perfeição de poema, viu!
perfeição... é... perfeito!
beijos!
O poema é ótimo e o fnal genial!
"girassóis alucinógenos medicinais
contra essa dor de não-sei-porquê."
primoroso!
beiJardins saudosos
Muito bom...
Casa muito com o que sinto agora, mas estou inapto pra dizer com palavras
Beijos
Não tenho cura para nada, mas tenho um sorriso imenso para tapear a dor.
Se quiser/precisar, liga.
Azul
Hei...quer o número de novo??
Bjs
Azul
Se conseguir uma muda desses girassóis manda pra mim... (vou ter de ser repetitiva: primorosa a imagem dos versos finais!) Beijos dessas bandas onde a dor também dói.
ai, ai, ai de mim... com uma medicina alternativa destas quero "cair de cama" tal qual receituário médico: 3 x ao dia (rss...) 1 bj
marcos pardim
"Escrever nem uma coisa Nem outra -
A fim de dizer todas
Ou, pelo menos, nenhumas.
Assim,
Ao poeta faz bem
Desexplicar -
Tanto quanto escurecer acende os vaga-lumes."
Manoel de Barros
No seu jardim punhais, punhais de surpresas intensas na escuridão para nos amparar da fragilidade , e vem a cor estou certo estou no corpo...
com um punhal vermelho aceso , a vejo com deslumbramento Alteza!
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