terça-feira, 18 de dezembro de 2007

*Photo: Nuno Belo
Blecaute


É assim. Como quando você está só em casa e acaba a luz. Eis que não existe mais nem um palmo à sua frente. E pensamentos invadem sua cabeça como por exemplo, “esqueci de comprar velas”. Não, em meio à claridade dificilmente se lembra de ter velas em casa, ou uma lanterna. E você não sabe bem o que fazer com aquele desconforto do acaso colocando-se entre você e seus planos. Escuridão de ações. Entretanto, veja, uns minutos e, assim que seus olhos se acostumam, você passa a enxergar nuances sob o escuro. Alguns vultos começam a se deixar vislumbrar. O abajur, o tapete, o cachorro. O contorno da mão a tatear o que devia estar por ali mas não.
É assim. Como quando você está só em casa, no escuro, e a luz retorna. O medo passa, você liga o som, a tv, o micro, talvez devido à época, o pisca-pisca com motivos natalinos. A vida retoma seu rumo e volta a alargar o passo. Você. Você segue mais confiante, achando que agora tem mais controle: pensa enxergar o palmo há pouco sumido da ponta do próprio nariz recém-reencontrado. É a luz. A luz traz uma certa impressão – tola e surreal talvez – de que você enxerga o que vem, logo ali, mais à frente.
Deveria ser. Assim. Mas não.

5 comentários:

Anônimo disse...

O medo de perder faz a gente nem jogar...a vida é curta..ainda mais aos hipertensos.(ehehe, brincadeira bumerangue!)

Azul

Anônimo disse...

Mesmo que falte a luz... sempre existe uma dentro de você. Essa... nunca se apaga.

Leandro Jardim disse...

hehe, muito bom!

hoje lume-vaguei no FPS... :)

beiJardins

Anônimo disse...

fogo á escuridão !
olhos pretos toda a luz de um desafio a pino, a queda na luz sempre,antes doque se chama escuro !
Não vá ao templo, corra já porque é de carne o medo, o que vemos são sombras da nossa segurança !
mato-a se for ao templo, mato porque
você vinda de lá não morde como vem mordendo com a sua palavra quase nua!
Intensamente

Anônimo disse...

Fui eu ,o profano...
cordialmente lume vagante!