segunda-feira, 14 de abril de 2008



*Image: Mike Kemp


Do que diz o meu olhar



Não te analiso. É que ontem estava quente e eu guardei menos o teu perfume. Quem dera ontem fosse agora, e essa chuva haveria de abrandar a temperatura dos corpos. A do coração, não. Tento reter alguns gestos, uns trejeitos, o sabor. É pra tentar minimizar em mim tudo o que não sei sobre nós, porque conhecendo você, me descubro um pouco. Porque ontem eu ouvi sobre o prazer de toda conquista e esse também eu conheço de perto, infelizmente. Não há grande vitória nisso, eu sei. Mas há o vício do ser, o erro de ser. Sei, que o que sobra depois é vazio e ausência pela perda do sonho em comum. E descobri ontem, tua boca na minha me faz pensar em nada (eu que pensei que não conseguia) e nessas horas, não me importa se durará para sempre ou um instante. Mas, seria bom se perpetuasse sem desbotar, sem esmaecer. Não te analiso. É só o labirinto no qual me prendem teus traços. Vontade de te beijar mais do que houvera beijado ao mesmo tempo em que tentava descobrir em mim, em nós, como enganar nossa forma viciada de errar [de pensar amar]; para nos levar além.

2 comentários:

guianafrancesa2005 disse...

Que lindo, Lu!!!!!!

muuuiiitttooo realista, digamos assim,,,,

o olhar,,,ah, este que analisa sem querer!!!!

bjs!Gisele
www.inventandoagentesai.blogspot.com

mcastello disse...

O prazer parece ser a caçada. Não é? Walter S.

Espelingente.
Saudade de você. Ainda torço para que o sorriso permaneça radiante. Irradiando cócegas, como sal de fruta quando se cheira.
Vê se aparece, por assim dizer. Rabisque algo em qualquer muro dessa cidade. Eu verei.
Como vinho. Vai-se melhorando.
SDS
castello