segunda-feira, 24 de setembro de 2007



Razbliuto


Mas
é nas paredes
sim, nas paredes

da minha casa-coração

que eu não vejo mais
os quadros que você pintou.

E eu não sei se espero
que você entenda o quanto
o branco das paredes me entontece

mas eu rodopio de braços abertos

espreito a manhã subindo
enquanto espero o sol
caber na moldura da minha janela.

Sinto uma falta. Qualquer.

branco-vazio

branco do olho

Eu feito roleta.

A coisa: preta.

Roleta:
Russa.

* Photo: Jayne Hinds Bidaut

11 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, Luzzsh...
que imagens rodopiando em minha mente...
lindo, lindo!

Leandro Jardim disse...

Que bonito, ainda que tristinho... Bom que sabes fazer do branco da parede papel de poesia!

beiJardins

Anônimo disse...

Ela espreita a manhã subindo. E isso basta. Riodaqui, aí. Beijo. Paulo Vigu

Juliana Pimentel Pestana disse...

eu vi a cena, sabia?

tinha tempo que não sentia isso ao ler um poema... gostoso demais...

vai ver que é porque andei afastada daqui... e da poesia em si.

bjos meus
cheiiiio de olhares pro horizonte e pensamento distante.

Anônimo disse...

Nas paredes e nos olhares perdidos...
Onde se reflete o vazio das horas que se esticam...

Tu e sua bela escrita dona moça poeta (=

Beijos e sorria.

:****

mg6es disse...

venha girar comigo,
dance, sorria, cante,
venha fazer abrigo
na minha roda gigante!


lindo, Linda!



223 beijos! ;)

Anônimo disse...

Belo poema...é bom te ler novamente!

Anônimo disse...

um ritmo envolvente, principalmente no final; e uma sensação de tontura, falta de referência que o branco traz. gostei muito!!

Sandra Regina disse...

Fiquei tonta com seu rodopio ritmado..alucinado! Bele, belo! beijo

Pedro Pan disse...

, "o sol/caber na moldura da minha janela." linda esta imagem...
, beijos meus.

Fabio Rocha disse...

Desde um bom tempo que você dança com a perfeição nas palavras... ;) Beijos